quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Mensagem de Hoje!



Boa Tarde a Todos!

Atotô !!

Mês de agosto, vamos falar dele Obaluaê




Na Umbanda, o culto é feito a Omulu, que se desdobra com o nome de Obaluaê. Orixá originário do Daomé, Obaluaê também conhecido como Omulu, sua forma velha, detém o poder sobre a cura das doenças. É um Orixá sombrio, tido entre os iorubanos como severo e terrível caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.
Arquetipicamente, lega a seus filhos tendências ao masoquismo e à autopunição, um austéro código de conduta e possíveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeotos físicos.
Ao Senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de uma postura na dança: se nela Obaluayê esconde dos espectadores suas chagas no rosto e na pele em geral, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos na sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia a dia, tal tendência se revelaria através de um caráter masoquista, compondo aquele tipo de pessoas que costumam exagerar seus sofrimentos ao externá-los para outras pessoas.
Os filhos de Obaluaê se definem como pessoas que são incapazes de se sentir satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imáginarios. Pessoas que em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
A marca mais forte de Obaluaê (Omulu) não é a exibição de seu sofrimento, mas o sofrimento em si. Ele se revelaria numa tendência autopunitiva muito forte, que pode tanto se revelar como grande capacidade de somatização de problemas psicológicos em forma de doenças físicas como elaboração  de rígidos conceitos de moral que afastam seus filhos no santo do dia a dia, das outras pessoas em geral e dos prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si mesmo, uma vez que foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição. Como a palha cobre suas chagas e lhe empresta um caráter tenebroso, o filho desse Orixá ocultaria sua individualidade como uma máscara de austeridade e até certa aura de respeito e de imposição de certo medo aos outros. Entretanto, isto não ocorre, pois se apresentam humildes, simpáticos e caridosos. Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o "Orixá da Saúde", Chefe da 3ª. Linha da Umbanda

Algumas lendas de Obaluaê

Por causa do feitiço usado por Nanã para engravidar, Omolu nasceu todo deformado. Desgostosa com o aspecto do filho, Nanã abandonou-o na beira da praia, para que o mar o levasse. Um grande caranguejo encontrou o bebê e atacou-o com as pinças, tirando pedaços da sua carne. Quando Omolu estava todo ferido e quase morrendo, Iemanjá saiu do mar e o encontrou. Penalizada, acomodou-o numa gruta e passou a cuidar dele, fazendo curativos com folhas de bananeira e alimentando-o com pipoca sem sal nem gordura até que o bebê se recuperou. Então Iemanjá criou-o como se fosse seu filho.


Omolu tinha o rosto muito deformado e a pele cheia de cicatrizes. Por isso, vivia sempre isolado, se escondendo de todos. Certo dia, houve uma festa de que todos os Orixás participavam, mas Ogum percebeu que o irmão não tinha vindo dançar. Quando lhe disseram que ele tinha vergonha de seu aspecto, Ogum foi ao mato, colheu palha e fez uma capa com que Omolu se cobriu da cabeça aos pés, tendo então coragem de se aproximar dos outros. Mas ainda não dançava, pois todos tinham nojo de tocá-lo. Apenas Iansã teve coragem; quando dançaram, a ventania levantou a palha e todos viram um rapaz bonito e sadio;e Oxum ficou morrendo de inveja da irmã.


Quando Obaluaê ficou rapaz, resolveu correr mundo para ganhar a vida. Partiu vestido com simplicidade e começou a procurar trabalho, mas nada conseguiu. Logo começou a passar fome, mas nem uma esmola lhe deram. Saindo da cidade, embrenhou-se na mata,onde se alimentava de ervas e caça, tendo por companhia um cão e as serpentes da terra. Ficou muito doente.Por fim, quando achava que ia morrer, Olorun curou as feridas que cobriam seu corpo. Agradecido, ele se dedicou à tarefa de viajar pelas aldeias para curar os enfermos e vencer as epidemias que castigaram todos que lhe negaram auxílio e abrigo.
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Atotô !!!